O Outono Chega com Temperaturas Acima da Média e Enfraquecimento do El Niño

Nesta quarta-feira (20), às 0h06 (horário de Brasília), o outono teve início no Hemisfério Sul, estendendo-se até 21 de junho. Diferente de anos anteriores, esta estação será marcada por temperaturas acima da média histórica em todas as regiões do Brasil, além do enfraquecimento do fenômeno El Niño.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) preveem que os meses de abril, maio e junho serão mais quentes que o normal, com exceção do centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as temperaturas devem permanecer dentro da média.
De acordo com a coordenadora-geral do Inmet, Márcia Seabra, algumas áreas do país podem registrar temperaturas até 2 graus acima da média durante todo o período. Ela ressalta que, além dos fenômenos El Niño e La Niña, as mudanças climáticas globais têm contribuído para o aumento das temperaturas.
O fenômeno El Niño, que atingiu seu pico em dezembro do ano passado, vem apresentando enfraquecimento nos últimos meses. Márcia Seabra explica que é provável que haja uma transição do El Niño para uma condição mais neutra durante o outono, o que pode influenciar na formação de chuvas, na circulação dos ventos e na temperatura.
No final do outono, há a possibilidade de formação do fenômeno La Niña no Brasil, que se intensificaria no segundo semestre. A característica desse fenômeno é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o que poderia resultar em chuvas abaixo da média na Região Sul e acima da média nas regiões Norte e Nordeste.
As previsões indicam que as chuvas ficarão abaixo da média histórica na maior parte das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, devido aos impactos remanescentes do El Niño. Por outro lado, áreas do norte de Roraima, noroeste e sudoeste do Amazonas e oeste do Acre podem ter chuvas próximas ou acima da média.
Nas regiões Sul e Sudeste, são esperadas chuvas acima da climatologia, especialmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, áreas de São Paulo e sul de Minas Gerais. Nas demais áreas do Sudeste, a tendência é de chuvas próximas ou ligeiramente abaixo da média.