Trabalhadores do setor de vestuário de Pouso Alegre terão reajuste salarial e novos benefícios na convenção coletiva

Os cerca de 6,5 mil trabalhadores do setor do vestuário, que atuam em 38 cidades da região de Pouso Alegre (MG), terão seus salários reajustados em 6% a partir da data-base de 1º de julho. Esse reajuste, que inclui um aumento real de 2,22% acima da inflação acumulada no período, foi uma das principais conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT-2024/2025), assinada nesta sexta-feira (06/09) pelo Sindicato do Vestuário e Confecções de Pouso Alegre e Região (Sindicavespar).
Além do reajuste salarial, os trabalhadores receberão, pela primeira vez, o benefício de uma "Cesta Básica Natalina", uma novidade na convenção deste ano. As empresas com até 100 empregados fornecerão uma cesta no valor de R$ 200,00, enquanto as que possuem mais de 100 empregados oferecerão cestas no valor de R$ 250,00. As cestas deverão ser entregues até o dia 20 de dezembro, reforçando um apoio adicional aos trabalhadores no final do ano.
Dificuldades nas negociações
Márcio Mário de Faria, presidente do Sindicavespar, comentou sobre os desafios enfrentados nas negociações, que começaram em maio e só chegaram a um acordo mais de dois meses após o vencimento da data-base. “Foi uma negociação difícil, mas conseguimos um reajuste que, além de repor a inflação, trouxe um aumento real de 2,22%, o que é um índice superior ao de muitas convenções deste ano”, disse Faria. Ele ressaltou que as diferenças salariais referentes a julho e agosto serão pagas na folha de setembro.
Defesa de direitos e inclusão
Outra conquista importante destacada por Faria foi a manutenção de cláusulas que asseguram a defesa dos direitos humanos e a inclusão de trabalhadores LGBTQIAPN+, além da promoção da equidade de gênero e igualdade de oportunidades. Segundo ele, essas cláusulas são fundamentais para garantir um ambiente de trabalho mais justo e igualitário.
Benefícios para trabalhadoras mães
Benedita Donizeti Soares, secretária-geral do Sindicavespar, enfatizou as conquistas para as mães trabalhadoras. A nova convenção inclui um auxílio-creche opcional, que permite o reembolso de até R$ 150 para cobrir despesas com creche até a criança completar seis meses de idade. “Mesmo que não seja obrigatório, essa inclusão é um avanço importante para as mulheres da categoria”, avaliou Benedita. Além disso, a CCT prevê uma licença de duas horas por dia para as mães que amamentam filhos de até nove meses, uma medida que visa apoiar ainda mais as trabalhadoras.