11/07/2024 às 15h12min - Atualizada em 11/07/2024 às 15h12min
Conselho de Educação debate formação de mão de obra para indústria
Tema é tratado como um dos principais gargalos do setor no Brasil e no mundo
Em reunião nesta quarta-feira (10/07), o Conselho de Educação e Treinamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) debateu a importância das Parcerias Público-Privadas (PPPs) na formação e qualificação de mão de obra para a indústria, que é o principal desafio atual do setor.
Segundo o gerente de Educação Profissional e Tecnologia do SENAI MG, Luciano Cardoso de Mello, são diversos projetos e PPPs da instituição com empresas mineiras para a formação de profissionais. O maior deles é o Trilhas de Futuro, fruto de uma parceria do SENAI com o governo de Minas e que visa expandir a oferta gratuita de cursos de educação profissional. Desde 2021, já foram mais de 190 mil vagas ofertadas.
Ainda durante a reunião, os conselheiros discutiram a falta de mão de obra qualificada, apesar dos números apresentados. Além dos profissionais formados via PPPs, o SENAI formou, desde 2019, mais de 200 mil alunos em cursos técnicos, de qualificação e de aprendizagem industrial.
Segundo análise do gerente do SENAI, Ricardo Aloysio, há outros fatores que interferem e que vão além da educação. Ele acredita que há uma percepção equivocada acerca da indústria e que isso afasta os jovens do setor. Além disso, ele pontuou que falta comunicação e atratividade para que as novas gerações se interessem pela carreira.
“A gente forma 250 mil profissionais e ainda falta mão de obra. Onde está o problema? Eu acho que passa pela questão de que os jovens não estão interessados em trabalhar na indústria. E aí há uma questão a ser observada que é a comunicação. É preciso uma campanha para mudar a imagem do setor. Isso já foi feito no agro e deu muito certo. Não é a solução, mas acho que perpassa por isso”, disse.
Ele acrescentou ainda um exemplo que viu em indústrias alemãs durante viagem recente ao país que são escolas de formação profissional dentro das fábricas e com tecnologia de ponta (muitas vezes, tecnologias ainda não disponíveis na linha de produção), de modo a atrair mais os jovens para o setor. “O que tem de melhor está primeiro na escola e depois vai para a indústria. E aqui, geralmente é o contrário: a indústria é quem puxa. E acho que essa inversão pode tornar a escola um atrativo para o aluno”, pontuou.
Após os debates, os conselheiros decidiram trabalhar em uma pesquisa para avaliar o nível de evasão nas unidades do SENAI e testar hipóteses para subsidiar um planejamento de ação que possa ser apresentado à presidência da FIEMG e implementado nas escolas com o objetivo de reverter o cenário atual e estimular os estudantes a ingressarem na indústria.
Prioridades
Ainda durante a reunião, a Secretaria Executiva do Conselho e Analista de Projetos Educacionais do SENAI apresentou o Plano de Diretrizes do colegiado e os conselheiros definiram as prioridades para o segundo semestre. Entre elas estão a formação de mão de obra qualificada em consonância com as necessidades da indústria de acordo com foco no público de até 25 anos e a qualificação de gestores e líderes.